Coluna Paulo Ramos Derengoski 05/08/2020

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Bela e estranha geografia tem o Chile, os pés estão cravados nas geleiras
azuladas do polo sul - as maiores do mundo. O Norte é avermelhado pelo árido
deserto de Atacama, onde nunca chove. A Leste, as ondas violentas do Pacífico
assustador. E de cima a baixo o cinturão de fogo dos vulcões...
No idioma aimará, "Chile", significa os confins da terra. Mas para os Araucanos,
a pátria insubmissa de Lautaro. O Chile é base dorsal da grande cordilheira dos
Andes: uma muralha compacta onde se destacam os perfis tenebrosos de vulcões
ainda vivos.
No meio dessas montanhas cobertas por neves eternas estão os lagos e os
vales férteis que no passado abrigaram ricas civilizações.
A capital, Santiago, foi fundada por um espanhol ousado, Pedro de Valdívia,
mas conserva poucas construções do tempo colonial.
No seu coração está o Palácio de Lá Moneda, ainda em pé, como a
testemunhar que políticos, presidentes e ideologias passam, mas as nações
continuam.
No extremo norte está Arica, cidade seca e empoeirada. No externo sul, Punta Arenas,
com seus famosos frutos do mar que proliferam nas águas geladas do grande oceano.
Entre elas, Antofagasta, de cujas estranhas sai o cobre que ainda move a
economia do país, pois apesar dos chamados novos materiais ainda é indispensável
para a transmissão da energia elétrica que compõe os nervos do mundo. Assim como
o petróleo é o sangue da sociedade industrial...
A diversificação da economia chilena acompanha a geografia. Os vinhedos do
centro do país produzem preciosidades como o "Undurraga" (meu preferido) para ficar
com a cabeça leve e o corpo pesado. A riqueza florestal é imensa, principalmente de
madeiras duras de clima temperado que só existem na Europa, como carvalho e o
olmo. E ao longo do vasto litoral se retiram dois milhões de toneladas de frutos do mar
por ano.